“Não culpe as redes sociais pelas comparações e seus efeitos negativos”, indica a empresária Sandra Teschner
Estudando a ciência da felicidade desde 2014, a empresária Sandra Teschner certificou-se como Chief Happiness Officer pela Universidade da Florida. Desde então, dedica-se a espalhar o conceito de felicidade por onde passa. Esse ano, ela foi a única brasileira a palestrar do World Happiness Summit, onde falou sobre a importância das redes sociais para ser feliz. Sandra também participou do podcast Silver Linings comandado por MO Gawdat, ex-CEO do Google X, com quem também conversou sobre felicidade.
Abaixo, ela indica 10 hábitos que vão ajudar você a dar início a uma vida mais feliz.
1 – Comece ESCOLHENDO ser feliz, lembrando que não há caminho fácil fora da zona de conforto. Mas você não está em busca da facilidade, e sim da felicidade.
2 – O que faz você feliz? Se não tem uma resposta pronta, para pensar e anote. Leia, releia em voz alta para aquela pessoa que te conhece bem, risque, rabisque, mude de ideia. A Ciência da Felicidade explica que o simples ato de pensar numa “lista feliz” já te traz um momento feliz. E você ainda sai ganhando em autoconhecimento.
3 – E por falar em autoconhecimento, não passaremos incólumes a ele para alcançar satisfação e plenitude nessa vida. Em quarentena, a jornada de muitos de nós pode estar maior com afazeres que não faziam parte da rotina, mas também economizamos no trânsito, na organização das horas. Dediquem- se a saber quem somos. Estar no lar já é um transporte aos elementos mais essenciais do que realmente nos representa. Há dor nessa jornada, eu sei. Mas sem ela, passamos eventualmente a vida sofrendo, camuflados pelas desculpas da nossa falta de tempo.
4 – A dor é inevitável, o sofrimento é opcional. Anote na porta da geladeira e leia tantas vezes necessário for até que o significado desta sentença faca “sentido “para vocês.
5 – Emoções negativas reduzem a visão do mundo, fazendo com que não encontremos a saída para o que nos ameaça. Conscientes disso, neutralize-as. A raiva, o ódio, o rancor, o medo provocam a química do seu corpo a fazê-lo correr. A evolução explica! Como os “animais selvagens” que hoje correm atrás de nós são invisíveis você já entra na batalha como perdedor. Contra- Ataque!
6 – Provoquem emoções positivas. Um bom estoque delas pode ser considerado uma armadura contra os momentos ruins. Estudos contemporâneos mostram que sorrir, admirar (alguém ou alguma coisa), contemplar, brincar provocam sentimentos harmônicos. É como se a química do nosso corpo, que chamo carinhosamente de nossas “Inas”: serotonina, ocitocina, endorfina, dopamina decidissem jogar no nosso time. Faça chamadas de vídeo com aqueles amigos que te fazem rir, ligue para outros com quem você já não fala há tempos e te fazem bem, escreva uma carta de amor.
7 – Exercitem-se! Não sou personal trainer, sou especialista em felicidade. O exercício a que me refiro não está relacionado estética ou ambições atléticas. Falo do que é fundamental para sua mente e alma. Lembram dos hormônios da felicidade que falei acima? As “Inas”? Exercícios regulares reduzem o estresse, a ansiedade, os sintomas de depressão enquanto turbinam sua autoestima. Descubra seu ritmo, e comece com o primeiro passo. O hábito tem poder e você vai aumentando gradualmente conforme suas necessidades. Ande em casa, no apartamento, pratique yoga (tantas boas aulas virtuais estão sendo oferecida gratuitamente), alongue-se.
8 – Não se compare. Também não culpe as redes sociais pelas comparações e seus efeitos negativos sobre todos. O que elas fizeram foi abrir a porteira da vida (editada) de todo mundo, e entraram em nossa vida sem “bula”. Crie você o modo de usar que traz positivismo a sua vida. Você controla suas ações. Faça uso desse poder.
9 – Seja Grato e esqueça a hashtag #gratidao. Ser grato por respirar, já é um começo de conversa, mas podemos prover atos que demonstrem nossa gratidão pelo outro, por quem nos faz bem, por quem nos ajuda, por quem nos faz sorrir. Tenho uma mania considerada engraçada por minhas amigas de infância, que é em momentos de profunda alegria, compaixão ou até de contemplação mesmo, pego nas mãos de todas e digo “Para tudo, obrigada por estarmos juntas vivendo isso, estou salvando esse momento na minha alma”. Inexoravelmente elas dizem “Essa aí é doida mesmo!”, mas no fundo foram inundadas de uma forma genuína de prazer. Em todas essas situações dezenas de pesquisa mostram que a gratidão reduz a agressividade, amplificam a sensação de alivio, promovem empatia, reduzem o estresse.
10 – Ser solidário, ajudar a alguém, construir um mundo melhor a sua volta pode lhes parecer utópico. Não é. O maior beneficiado pelas suas ações do bem é você mesmo. Este é um dado unanime na ciência contemporânea. Não é sobre quando você deposita na vaquinha virtual ou sobre quantas vezes você fez atitudes de grandiosas para a humanidade. Fiquem à vontade para fazer tudo isso, se este papel lhes cabe. Mas é sobre doar um pouco do seu tempo e atenção a quem está sozinho. É sobre repostar o post daquela pessoa que está precisando de uma força, pois abriu um novo canal (muitas vezes) de sobrevivência. É sobre comprar das empresas locais e quando não for possível valorizar as grandes que se mostrem sociais, engajadas, interessadas num mundo melhor e não no lucro a qualquer preço. Dar um telefonema, oferecer seu conhecimento gratuitamente para as pessoas durante a quarentena, cozinhar para alguém, unir pessoas, dividir o seu saber. Doar o que não usa mais, promover cidadania a seu redor, reciclar seu lixo, assumir sua parcela na conta comunitária da vida.
Fonte Veja Rio: https://vejario.abril.com.br/blog/bruno-chateaubriand/empreendendo-felicidade/